segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Qualidade de vida em risco




O artigo “A perda de um tesouro”, de autoria da jornalista Cileide Alves e publicado ontem no jornal O Popular, traz um alerta que faço há tempos, em relação a alterações no Plano Diretor de Goiânia. Uma das mudanças que estão em discussão é a que permite a instalação de prédios de mais de três andares nas ruas que fazem margem com as grandes vias – atualmente, isso só permitido nos eixos de desenvolvimento estratégico, tais como as avenidas T-7, T-9, 85, entre outras.

Durante o extenuante processo de elaboração e votação do Plano Diretor de Goiânia na Câmara Municipal, uma de minhas grandes preocupações foi justamente tentar conciliar o desenvolvimento da capital com a qualidade de vida da população. Tomo como exemplo a Região Norte de Goiânia, na qual resido há anos, e que é alvo constante das empresas do segmento imobiliário, que querem acabar de devastar os remanescentes de vegetação nativa e mananciais para implantar seus empreendimentos.

Acredito no bom senso do prefeito Paulo Garcia, no sentido de não permitir que imóveis de grande porte e que geram expressivos impactos de vizinhança sejam construídos nas zonas residenciais. O cidadão goianiense hoje já sofre o bastante com graves problemas de poluição sonora e atmosférica, provocados por empresas que não seu respeitam o direito alheio ao sossego e que estão sediadas em locais inadequados. A concepção dos eixos estratégicos no Plano Diretor de Goiânia serve justamente para isso: para que o desenvolvimento da cidade ocorra em locais corretos, sem perturbar a população.

É verdade que não se pode frear o progresso e que a geração de emprego e renda é importantíssima para a capital. Entretanto, também não se pode colocar a perder todos os avanços que conquistamos durante a aprovação do atual Plano Diretor de Goiânia. Foram anos de discussões, análises e, principalmente, de audiências públicas, para ouvir a comunidade e procurar saber o que ela deseja, o que ela necessita, qual a cidade em que ela quer viver.  Pergunto aqui: o vale mais? O interesse público, a vontade do povo, ou o lucro de alguns poucos?