É
absolutamente vergonhosa a falta de comprometimento do governo do Estado de
Goiás com a preservação ambiental. Para piorar, ainda conta com a conivência de
um legislativo pífio, que também está pouco se importando com a proteção dos
nossos recursos naturais. O projeto que reduz o limite de construção de postos de combustíveis de 900 para 200
metros de distância de mananciais, lagos e nascentes, aprovado ontem (22/05) pela Comissão Mista da Assembleia
Legislativa de Goiás, é uma prova do que
eu digo.
O projeto é
de autoria do governo estadual. A votação contou com amplo apoio da base do
governador Marconi Perillo. Apenas o deputado Wagner Siqueira, o Waguinho
(PMDB), votou contra. Para quem não sabe, 1 litro de óleo combustível pode poluir
1 milhão de litros de água. Agora multipliquem o potencial poluidor de um suposto vazamento de um posto de combustível, que comporta milhares de litros de óleo!
Isso é uma irresponsabilidade, uma ignorância. Querem transformar nossos rios e
córregos na Baía de Guanabara destruída pela Petrobras.
Tratemos de
elaborar hipóteses de acidentes e riscos, pois quem trabalha com prevenção (e,
em termos de meio ambiente, essa deveria ser a regra) tem de pensar nisso. Caso
a bomba de um posto de combustível instalado a apenas 200 metros de um rio sofra
um vazamento, o caos será instaurado. O lençol freático estará gravemente ameaçado, principalmente pelo
contato da água das chuvas com o óleo, favorecendo a infiltração de material
poluente.
Alcançando o
leito do rio, o óleo combustível produz um quadro extremamente sério de degradação,
cujos impactos são: contaminação da água e do leito do rio, mortandade da fauna
e redução do habitat, redução da atividade de turismo na região, desemprego de
pescadores, suspensão do abastecimento de água potável no município mais
próximo e problemas com a falta de alimentos (todos aqueles irrigados com a
água contaminada devem ser descartados).
Fora isso, é
necessário frisar que o trabalho de despoluição dos mananciais por óleo combustível
é complexo e demorado. Em determinados locais, dois anos após os acidentes o
meio ambiente ainda sofria com os impactos negativos da contaminação.
Mais uma
vez, o cartel de combustíveis dá as cartas em Goiás e ninguém fala nada. Lesam
o nosso bolso, destroem o meio ambiente, e fica por isso mesmo. Mas, no que
depender de mim, esse desastre ambiental não vai se tornar lei. Lutarei até a última instância para proteger os rios, córregos e nascentes de Goiás!
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